Dra Paula Silva de Abreu Moraes - Médica, formada em 1983 pela UFMG, Especialista em Alergia e Imunologia pela Universidade de São Paulo, Título de Especialista fornecido pela Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatogia, reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina,
Membro da Associação Brasileira de Alergia e da Academia Européia de Alergia.

Candidíase Vaginal de Repetição

É a doença mais comumente causada pela Candida albicans. Acomete 5 em cada 100 mulheres sadias. Ou seja, mulheres que não tem diabetes, AIDS, doenças na tireóide. E que não usam corticóides e antibióticos de forma crônica. São milhões de mulheres padecendo com uma doença que parece não ter solução.
Os sintomas são coceira na vagina e na vulva, corrimento branco sem cheiro, fissuras na vulva, dor durante a relação sexual ou ardor após a relação sexual. Esta doença costuma afetar as mulheres algum tempo depois que elas iniciam sua vida sexual e traz grande sofrimento aos casais. Não é considerada uma doença sexualmente transmissível, porque a Candida faz parte da flora. Além disso, ela pode afetar também mulheres sem vida sexual ativa.
Na maioria das vezes as mulheres usam diversos cremes vaginais, diversos remédios tomados por boca. Seus parceiros costumam tomar remédios também. É comum o fato de elas passarem por diversos ginecologistas, por acharem que não estão sendo tratadas adequadamente. Muitas também já passaram por outros tratamentos como homeopatia, acupuntura, fitoterapia e mudança na dieta.
Mas o problema está nas mulheres. Muitas delas desenvolvem alergia à Candida albicans, que é um fungo. Um exemplo de fungo são os mofos. Assim como mofo pode dar alergia, Candida também pode. A vagina é um órgão que como a pele, o pulmão e o nariz está sujeita a doenças alérgicas. A maioria dessas mulheres também é portadora de rinite alérgica e são alérgicas ao ácaro. O ácaro por sua vez pode dar alergia na vagina, o que vai piorar a candidíase.
É necessário que a mulher procure um alergista, que vai submetê-la a uma série de testes alérgicos e pode indicar a imunoterapia, que é um tratamento individualizado, de acordo com a sensibilidade de cada paciente.
A imunoterapia consiste em aplicações semanais do antígeno da Candida albicans e só deve ser feita com acompanhamento de médico que tenha familiaridade com o procedimento, pois pode causar reações. Procure um médico que tenha Título de Especialista em Alergia. Você pode entrar no site da ASBAI ( Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia) e checar.
Leia os trabalhos que falam sobre o tratamento se quiser;
1- Eficácia da Imunoterapia na candidíase vaginal de repetição. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia 1996. Volume 19, pags 23 a 28.(link)
2-Candida albicans allergen immunotherapy in recurrent vaginal candidiasis. Journal of Investigational Alergol Clin Immunol 2000. Volume 10, pags 305 a 309 (link)